Caminhos que tocam a alma, passam pelos outonos das folhas levadas pelos ventos de meus antepassados. As melhores partes são as que mudam, que viram mudas para novos olhares sobre o mesmo e o humano. As voltas se viram pra virem e verem o vasto violão tocando as cordas da existência daqueles que voam... E as coisas vão e vem e hão de ir e vir até que sobre apenas aquilo que sempre foi: o nada. As marés sobem e no peito existe a enchente de palavras que tenta abruptamente pela poiésis. Enquanto o tempo passa, os lugares mudam de lugar e as pessoas mudam de rosto. Olho para cima e vejo a imensidão dos pontos brilhantes de meus sonhos. As canções das bocas alheias ninam meus pensamentos, fazem-me olhar para mim mesmo e refletir, espelhar minha alma em meus olhos e dar sentido ao não entendimento cotidiano sobre tudo. Agradeço à vida por existir, ao universo por me permitir respirar um pouco de si e aos meus (poucos) amigos e familiares que me põem a continuar tentando agarrar o Sol com minhas asas trágicas que roubei de Ícaro. Traciono o punho para o futuro, lembrando de minhas profecias passadas, constituindo, no presente, aquilo que sou. Amém.
8 de novembro de 2015
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