6 de novembro de 2016 22:50

Pandora.

Sentidos voam pelas nuvens em minha mente. Velhos temas se atualizam, velhos medos emergem fantasmagoricamente em novas paisagens. Papéis se confundem em uma espiral descendente em direção a certezas construídas pelo tempo, agora perfuradas, vazadas e vazantes. Sinto o volume das águas que habito subindo e as ondas se formando. Ainda assim, os oceanos se movimentam... e isso ajuda.

22 de setembro de 2015 02:21

Desculpas.

Ao mundo, peço desculpas. No momento em que me escrevo, aqui e agora, parece que toda minha vida me trouxe a este momento, a essa conjuntura dos fatos e das condições. Infelizmente, várias feridas tiveram que ser abertas, fechadas e remendadas para que eu pudesse entender. Agora finalmente encontrei o que buscava há anos em terapia: o que me faltava não era conhecimento. Era humildade. Talvez eu consiga me explicar ao longo do texto, talvez não. Mas, como sempre, irei tentar.

30 de abril de 2015 22:20

Carona.

Ontem, entre o momento em que desci do ônibus em direção à minha casa, presenciei um milagre. Faltavam poucos metros para chegar ao portão. Ainda que poucos, os metros que separam o ponto de ônibus de minha residência sempre tiveram um grande poder para me cansar, mesmo que brevemente. Andava na calçada do lado oposto ao de meu condomínio, pois o trecho entre onde desço e a entrada não possui uma calçada decente e, naquele dia, ser atropelado não estava nos planos.

20 de abril de 2015 16:20

As manhãs frias de agosto.

Eu quero uma vida que não passe em branco, muito menos em tons de cinza. Quero que as cinzas voem quando meu corpo for retornado à Terra, depois de ser cremado nas chamas de um crematório. Quero que até em meu último ato nesta vida, as coisas sejam permeadas pela cor, pela coloração laranja dos fogos. E que enquanto eu viva, eu arda em pleno inverno e incendeie o chão de minhas amizades. Que elas possuam raízes fundas.